quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Análise d"O sorriso da Estrela"


Aleilton Fonseca é um escritor sobre o qual não tenho muito a falar, e na verdade, prefiro falar de obras que de obreiros. Faz com que desfaçamos os preconceitos positivos (um dia falo sobre eles). Pois então esta é uma análise do conto e não do sujeito que o fez. A análise será também dos personagens da história, e não do acumástico escritor dela.

“O sorriso da Estrela” é uma crônica relativamente popular no meio acadêmico (disse o estudante de Letras Vernáculas!), e na internet é possível encontrá-la digitada por completo, facilmente. Um dos muitos links é este: http://forum.priston.com.br/showthread.php?tid=69694
Se você clicou no link, notou que é um fórum de jogos, e que, contudo, até lá a crônica é apreciada. Na história, a menina morre. E isso já nos é mostrado do iníco: “estava morta a minha irmã”. E mesmo para os reencarnacionistas, a morta é inexorável, e portanto, por ser uma crônica, trata de um assunto irremediável, inexorável, e vai além disso (que é o previsível), mas trata das consequências. E aqui entra a seção de spoilers, que podem estragar a sua diversão; portanto, se você não leu o conto ainda, leia clicando aqui: http://forum.priston.com.br/showthread.php?tid=69694 .

Pouca coisa é possível ser dita que o leitor não tenha notado, mas correndo o risco de fingir que ensino um vigário a rezar, resumo que o fato ocorre no passado (se é crônica...!), e que hoje, adulto, o eu-poético (o personagem que conta a história) reflete sobre sua convivência com Estela. Estela era como um Jesus Cristo, que embora nos lembremos dele morrendo na páscoa, desempenhou papel mais importante vivo, com suas palavras. Estela fez isso com suas ações de irmã mais nova: apesar de ser 3 anos mais velha, agia como se Pedro fosse seu irmão mais velho e responsável. Ele até gostava disso, fazia com que se sentisse mais homem, como todo menino quer parecer. Mas aqui e ali, como irmãos que eram, criavam atritos, rusgas pequenas que Estela ignorava. Ignorava porque sabia que Pedro não a queria mal, apenas não sabia como se expressar. Escrevo essa análise com o teclado lacrimejado (ê, exagero!) porque penso no quanto podia ter sido bom, e no quanto não adianta chorar pelo leito derramado. Pedro poderia ter sido um bom irmão, mas optava por fugir de Estela, chamando disso e daquilo. E a “louca” nem ligava, achava que ele era um bom irmão, que era um dindinho. As pessoas são assim mesmo, elas são coisas por baixo de suas carapaças. Nem sempre temos paciência pra rança-las, mas a verdade está no fundo, como uma cebola com cascas. Quem não se lembra do Shrek mostrando-se insensível e desumano, dizendo que ogros têm camadas? O mais sério e profundo é que é verdade, e por debaixo de uma, existe outra camada e mais outra e mais outra, até que não haja mais nada. Então escolhemos ou acreditar que o que estamos vendo é a camada final ou que a pessoa à nossa frente é mais do que aparenta ser. É a hora em que olhamos pra Pedro e enxergamos Dindinho. Estela tinha essa capacidade, como nem todos têm. Alguns dirão que tinha também a capacidade de se iludir, que Pedro só se tornou Dindinho muito depois, mas aí o caso de eu dizer que a Estela era vidente também. Ela via muita coisa, via que Pedro queria brincar, queria ser Dindinho, mas que o meio o tolhia (e como o meio nos tolhe), via que a relação que havia se estabelecido entre os dois os limitava, via que a vida é curta pra nos limitarmos a troco de nada, via que a vida é curta apesar não saber que morreria. Via, via, via. E Pedro não via nada. Era O maduro, O machão, O sério que não precisa aprender, que não precisa de ninguém, que não precisa nem brincar. E aí a crônica vira (eu que estou transformando-a, na verdade, em) um texto de auto-ajuda para repensarmos nossas atitudes, indo além de um dramalhão (como o texto será visto pelos não-chorosos) e da fábula mítica e distante com uma lição de moral de quebra facilmente “justificável”.
Há muitas outras coisas que podem ser vistas no textos, mas eu não posso ver, porque as lágrimas não deixam. E se eu não parar de teclar, o teclado vai pro beleléu, de tanto sal. Portanto, leia você mesmo, leitor, não dependa de mim, que sou um formador de opinião suspeito como qualquer blogueiro, crie seu próprio ponto de vista, faça um blog e textos mais curtos que os meus, e tão bons ou melhores que o do Aleilton Fonseca. E quem é Aleilton Fonseca?

Aleilton Fonseca é um escritor sobre o qual não tenho muito a falar, e na verdade, prefiro falar de obras que de obreiros. Faz com que desfaçamos os preconceitos positivos (um dia falo sobre eles). Pois então esta é uma análise do conto e não do sujeito que o fez. A análise será também dos personagens da história, e não do acumástico escritor dela.

 “O sorriso da Estrela” é uma crônica relativamente popular no meio acadêmico

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Análise da Fênix

Não é de hoje que mitos e lendas muito me interessam (acho que é desde que ouvi um caso de licantropia de uma suposta testemunha)(acho que é desde que ouvi um caso de piromancia telecinética de uma suposta testemunha)(acho que é desde que ouvi um caso de tatu-fantasma com vela nas costas)(acho que é desde que ouvi a respeito das mesas dançantes)(não sei desde quando, não). Na falta de conhecimentos de entomologia, o Satoshi Tajiri/Takeshi Shudo criou os pokémons. O filho do Jack Black escreveu o roteiro do filme "O dragão e o morcego", e a Boo Mimi [http://www.youtube.com/watch?v=k1BPnbg1vr0] dizia que tinha um monstro no armário dela. Ouvi também sobre uma cobra gigante e hipnótica, cuja alucinação causada era a visão de uma cidade cuja rua principal equivaleria à sua garganta, e a bocarra aberta, esperando a entrada da vítima (mas isso é o Zé Jacaré engodando o Pica-pau!).

Ao longo dos milênios, o ser humano sempre buscou explicações para conhecer o que não conhece, e algumas eram bem piratas. É o exemplo daquela suposta tribo que obrigava o deus sinistro a devolver-nos o sol, ao subir nos telhados e bater palmas. Sempre funcionou, e o sol sobreviveu a todos os eclipses. As lendas persas sobre o homem vir do barro, a deusa inuíte que andava sobre as águas, o apóstolo[Paulo de Tarso] que rasgou as vestes pra mostrar que era mortal e não um deus curador, etc... A busca por explicações faz parte da natureza humana, e o nosso intelecto é herância de semelhança com o criador []. Mas algumas vezes as explicações são furadas ou parecem contrariar leis da natureza e conhecimentos taxonômicos. E então surgem os mitos e animais míticos, sendo um deles a fênix.

A origem é o flamingo (!!!!), com sua cor rosa-avermelhada de penas. Aos egípcios, lembrava o fogo, e o seu desaparecimento (migração) de fim-de-tarde com ressurgimento matutino lembrava o renascer do próprio sol, do fogo, e a coisa todo se ligando gerou uma ave de fogo e uma simbologia muito própria. A águia, por exemplo, simbolicamente também fênix, quebra o próprio bico e garras em pedras, para viver mais, num símbolo de renascimento. É importante também lembrar os ciclos menstruais femininos, acompanhados de tpm e um renascer de personalidade. No cristianismo, seguirmos a Jesus e pegarmos uma cruz também simboliza renascer, como ele, e abandonarmos o "velho homem", para o sermos o "novo homem".

Já falei do Jack Black? Ele tem uma banda de rock (banda, não escola[]!), a Tenacious D, e um CD que trata da fênix. http://www.robotmutant.com/wp-content/uploads/2012/02/rize-of-the-fenix-500x500.jpg E aí já entra no terreno de Freud e na estranheza dos detalhes dos mamilos da Kali Rudhira, e do significado dos arquétipos da lendas na nossa vida e toda essa bobagem que no fundo só importa para que já conseguimos sair da crise, já nos reerguemos, já podemos compreender o significado de sermos todos "fênixes" e não precisamos mais conhecer.

Alguns identificam a fênix com o animal e a deusa Bennu, do egito. A wikipédia tem artigos muitos bacanas a respeito, e este artigo tem uns links bem legais. A fênix é muito bacanamente tratada nas primeiras edições de Uncanny X-men (ou menos bem no filme X-men - o confronto final). Nestas obras, com enredos bem parecidos, fênix é uma manifestação de nosso inconsciente bruto, de nossas vontades mais puras, de nosso fogo pela vida, de nossa pulsão de vida. É justamente esta vontade que faz com que nos reergamos da cinzas após uma crise. Mas juro que até hoje não entendo o que tem a ver isso tudo com a música da Paula Fernandes. Que música? Esta:



http://pt.wikipedia.org/wiki/Besti%C3%A1rio_de_Aberdeen
http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%AAnix