quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Análise d"O sorriso da Estrela"


Aleilton Fonseca é um escritor sobre o qual não tenho muito a falar, e na verdade, prefiro falar de obras que de obreiros. Faz com que desfaçamos os preconceitos positivos (um dia falo sobre eles). Pois então esta é uma análise do conto e não do sujeito que o fez. A análise será também dos personagens da história, e não do acumástico escritor dela.

“O sorriso da Estrela” é uma crônica relativamente popular no meio acadêmico (disse o estudante de Letras Vernáculas!), e na internet é possível encontrá-la digitada por completo, facilmente. Um dos muitos links é este: http://forum.priston.com.br/showthread.php?tid=69694
Se você clicou no link, notou que é um fórum de jogos, e que, contudo, até lá a crônica é apreciada. Na história, a menina morre. E isso já nos é mostrado do iníco: “estava morta a minha irmã”. E mesmo para os reencarnacionistas, a morta é inexorável, e portanto, por ser uma crônica, trata de um assunto irremediável, inexorável, e vai além disso (que é o previsível), mas trata das consequências. E aqui entra a seção de spoilers, que podem estragar a sua diversão; portanto, se você não leu o conto ainda, leia clicando aqui: http://forum.priston.com.br/showthread.php?tid=69694 .

Pouca coisa é possível ser dita que o leitor não tenha notado, mas correndo o risco de fingir que ensino um vigário a rezar, resumo que o fato ocorre no passado (se é crônica...!), e que hoje, adulto, o eu-poético (o personagem que conta a história) reflete sobre sua convivência com Estela. Estela era como um Jesus Cristo, que embora nos lembremos dele morrendo na páscoa, desempenhou papel mais importante vivo, com suas palavras. Estela fez isso com suas ações de irmã mais nova: apesar de ser 3 anos mais velha, agia como se Pedro fosse seu irmão mais velho e responsável. Ele até gostava disso, fazia com que se sentisse mais homem, como todo menino quer parecer. Mas aqui e ali, como irmãos que eram, criavam atritos, rusgas pequenas que Estela ignorava. Ignorava porque sabia que Pedro não a queria mal, apenas não sabia como se expressar. Escrevo essa análise com o teclado lacrimejado (ê, exagero!) porque penso no quanto podia ter sido bom, e no quanto não adianta chorar pelo leito derramado. Pedro poderia ter sido um bom irmão, mas optava por fugir de Estela, chamando disso e daquilo. E a “louca” nem ligava, achava que ele era um bom irmão, que era um dindinho. As pessoas são assim mesmo, elas são coisas por baixo de suas carapaças. Nem sempre temos paciência pra rança-las, mas a verdade está no fundo, como uma cebola com cascas. Quem não se lembra do Shrek mostrando-se insensível e desumano, dizendo que ogros têm camadas? O mais sério e profundo é que é verdade, e por debaixo de uma, existe outra camada e mais outra e mais outra, até que não haja mais nada. Então escolhemos ou acreditar que o que estamos vendo é a camada final ou que a pessoa à nossa frente é mais do que aparenta ser. É a hora em que olhamos pra Pedro e enxergamos Dindinho. Estela tinha essa capacidade, como nem todos têm. Alguns dirão que tinha também a capacidade de se iludir, que Pedro só se tornou Dindinho muito depois, mas aí o caso de eu dizer que a Estela era vidente também. Ela via muita coisa, via que Pedro queria brincar, queria ser Dindinho, mas que o meio o tolhia (e como o meio nos tolhe), via que a relação que havia se estabelecido entre os dois os limitava, via que a vida é curta pra nos limitarmos a troco de nada, via que a vida é curta apesar não saber que morreria. Via, via, via. E Pedro não via nada. Era O maduro, O machão, O sério que não precisa aprender, que não precisa de ninguém, que não precisa nem brincar. E aí a crônica vira (eu que estou transformando-a, na verdade, em) um texto de auto-ajuda para repensarmos nossas atitudes, indo além de um dramalhão (como o texto será visto pelos não-chorosos) e da fábula mítica e distante com uma lição de moral de quebra facilmente “justificável”.
Há muitas outras coisas que podem ser vistas no textos, mas eu não posso ver, porque as lágrimas não deixam. E se eu não parar de teclar, o teclado vai pro beleléu, de tanto sal. Portanto, leia você mesmo, leitor, não dependa de mim, que sou um formador de opinião suspeito como qualquer blogueiro, crie seu próprio ponto de vista, faça um blog e textos mais curtos que os meus, e tão bons ou melhores que o do Aleilton Fonseca. E quem é Aleilton Fonseca?

Aleilton Fonseca é um escritor sobre o qual não tenho muito a falar, e na verdade, prefiro falar de obras que de obreiros. Faz com que desfaçamos os preconceitos positivos (um dia falo sobre eles). Pois então esta é uma análise do conto e não do sujeito que o fez. A análise será também dos personagens da história, e não do acumástico escritor dela.

 “O sorriso da Estrela” é uma crônica relativamente popular no meio acadêmico

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Análise da Fênix

Não é de hoje que mitos e lendas muito me interessam (acho que é desde que ouvi um caso de licantropia de uma suposta testemunha)(acho que é desde que ouvi um caso de piromancia telecinética de uma suposta testemunha)(acho que é desde que ouvi um caso de tatu-fantasma com vela nas costas)(acho que é desde que ouvi a respeito das mesas dançantes)(não sei desde quando, não). Na falta de conhecimentos de entomologia, o Satoshi Tajiri/Takeshi Shudo criou os pokémons. O filho do Jack Black escreveu o roteiro do filme "O dragão e o morcego", e a Boo Mimi [http://www.youtube.com/watch?v=k1BPnbg1vr0] dizia que tinha um monstro no armário dela. Ouvi também sobre uma cobra gigante e hipnótica, cuja alucinação causada era a visão de uma cidade cuja rua principal equivaleria à sua garganta, e a bocarra aberta, esperando a entrada da vítima (mas isso é o Zé Jacaré engodando o Pica-pau!).

Ao longo dos milênios, o ser humano sempre buscou explicações para conhecer o que não conhece, e algumas eram bem piratas. É o exemplo daquela suposta tribo que obrigava o deus sinistro a devolver-nos o sol, ao subir nos telhados e bater palmas. Sempre funcionou, e o sol sobreviveu a todos os eclipses. As lendas persas sobre o homem vir do barro, a deusa inuíte que andava sobre as águas, o apóstolo[Paulo de Tarso] que rasgou as vestes pra mostrar que era mortal e não um deus curador, etc... A busca por explicações faz parte da natureza humana, e o nosso intelecto é herância de semelhança com o criador []. Mas algumas vezes as explicações são furadas ou parecem contrariar leis da natureza e conhecimentos taxonômicos. E então surgem os mitos e animais míticos, sendo um deles a fênix.

A origem é o flamingo (!!!!), com sua cor rosa-avermelhada de penas. Aos egípcios, lembrava o fogo, e o seu desaparecimento (migração) de fim-de-tarde com ressurgimento matutino lembrava o renascer do próprio sol, do fogo, e a coisa todo se ligando gerou uma ave de fogo e uma simbologia muito própria. A águia, por exemplo, simbolicamente também fênix, quebra o próprio bico e garras em pedras, para viver mais, num símbolo de renascimento. É importante também lembrar os ciclos menstruais femininos, acompanhados de tpm e um renascer de personalidade. No cristianismo, seguirmos a Jesus e pegarmos uma cruz também simboliza renascer, como ele, e abandonarmos o "velho homem", para o sermos o "novo homem".

Já falei do Jack Black? Ele tem uma banda de rock (banda, não escola[]!), a Tenacious D, e um CD que trata da fênix. http://www.robotmutant.com/wp-content/uploads/2012/02/rize-of-the-fenix-500x500.jpg E aí já entra no terreno de Freud e na estranheza dos detalhes dos mamilos da Kali Rudhira, e do significado dos arquétipos da lendas na nossa vida e toda essa bobagem que no fundo só importa para que já conseguimos sair da crise, já nos reerguemos, já podemos compreender o significado de sermos todos "fênixes" e não precisamos mais conhecer.

Alguns identificam a fênix com o animal e a deusa Bennu, do egito. A wikipédia tem artigos muitos bacanas a respeito, e este artigo tem uns links bem legais. A fênix é muito bacanamente tratada nas primeiras edições de Uncanny X-men (ou menos bem no filme X-men - o confronto final). Nestas obras, com enredos bem parecidos, fênix é uma manifestação de nosso inconsciente bruto, de nossas vontades mais puras, de nosso fogo pela vida, de nossa pulsão de vida. É justamente esta vontade que faz com que nos reergamos da cinzas após uma crise. Mas juro que até hoje não entendo o que tem a ver isso tudo com a música da Paula Fernandes. Que música? Esta:



http://pt.wikipedia.org/wiki/Besti%C3%A1rio_de_Aberdeen
http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%AAnix






segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Lívia Andrade e o patrão

Nem jesus agradou a todo mundo. O Sílvio Santos, como toda figura pública, recebe boas e más críticas. A maioria dos seres humanos passou por bons e maus bocados pra chegar onde chegou, e não pretendo desmerecer o homem ou sua história, mas nunca simpatizei com essa figura de trejeitos facilmente imitáveis.

Quem ama o feio, bonito lhe parece, e quem simpatiza, raramente vê os desmandos cometidos sem culpa ou intenção maliciosa pelo patrão.  Lívia Andrade é uma atriz que desde que conheço sempre trabalhou no SBT, emissora fundada do nada pelo ex-vendedor de laranjas==== Sílvio Santos. Mas o primeiro patrão dela que conheci merece uma nota, pois o caso, se não era real, ao menos é correlato.

A Lívia possuía um personagem No programa de humor sabatinal "A praça é nossa" a Lívia possuía uma personagem === (esqueci o nome!) interessante: uma secretária "boazuda" (como se dizia na época), de seios fartos (a atriz também os tem), que vivia cheia de dengos pra cima do patrão, que (se bem me lembro) ora queria abusar de sua posição, ora admitia sua velhice e impotência de vigor. Pois não é que a personagem ficou marcada, e até hoje se diz que a Lívia tem algo com seu patrão (agora falo do Sílvio)? Me interessa a vida pública, não a privada alheia, e no que diz respeito à vida pública, há uma relação no mínimo controversa entre Lívia e seu patrão.

Parei totalmente de ver o monstro da televisão brasileira numa fatídica tarde em que, no jogo dos pontinhos (a Lívia até hoje aparece todo domingo pra jogar), ela foi reclamar sei-lá-o-quê e o patrão, dizendo que aquilo não era uma democracia, a expulsou do palco. Tanto ela quanto eu quanto o público achávamos que era alguma brincadeira e que depois ela voltaria ao palco, e isso explicaria pra mim, pra ela e pro público o porque do semi-riso de surpresa da calipígia. Mas ela não voltou. Aquilo me desconfortou e o patrão começou a distribuir dinheiro e a dar andamento noutra brincadeira (boa jogada pra desviar minha atenção, patrão). Deu-me ojeriza do osga... nem lhe prestava mais ôncias. Até ainda há pouco ======(lembrando ao leitor que os artigos são escritos dias antes de publicados) quando ligo a televisão e a vejo um pouco mais magra, mas ainda no mesmo programa, no mesmo jogo, e o patrão ainda zombando dela, pra diversão da parte da audiência que acha aquilo apenas um jogo de implicância amistoso. A cada rodada, o patrão tem que por força falar com ela, sempre um gancho para a alfinetar(alfinetar é um bom eufemismo para os que não consideram uma zombaria da parte de um ex-trabalhador braçal que cresceu na vida honostamente). A Ellen==== Ganzarolli (sua protegida, ex-gata da noite do sábado animado, onde se arrastava de quatro ao redor de um pole com um irrisório biquíne brega de oncinha que nunca vi homem apreciar, com seus olhos verdes, única beleza pra competir com a "Gata molhada" que rebolava sob um chuveiro até desaguar num topless às uma da madrugada, enquanto nos intervalos do programa eram exibidas mensagens elevadas do Chico Xavier. A Ellen cresceu, graças aos olhos verdes, pois tudo mais nela é engodo e montagem, como uma drag queen, com todo o respeito por essas meninas de quem sou fã, ou como uma emo-gótica recém-maquiada.) competindo também com a Lívia, recebeu indiretas com tom de escárnios e caras alegres-irônicas, da parte da Lívia. Eu particularmente acho que houve uma evolução desde a última vez em que vi a meninota. Está mais ferida, ressentida, magoável, melindrosa, desiludida, mais bonita, mais sincera e mais triste. Ela comentou que, assim como à Ellen, também insinuaram que ela e o patrão teriam um caso. Mas creio que o motivo para ela ainda estar no quadro de todo santo domingo é o abuso de poder que apraze o cada vez mais ranzinza Sílvio.

Pois esse trelelê (=======) todo foi para chegar à postura de certas pessoas, das quais ao menos uma habita algum círculo social em comum com o leitor. E dessas há em todos, em variados níveis de hierarquia e de besteirol em sua brincadeiras geralmente depreciativas. Muitos vezes não é conosco, e nessas, até rimos, achamos divertidos e dizemos que o assediado deveria levar na esportiva. Esqueçamos que o próximo pode e será eu ou você e nos concentremos em fatos:
Essa pessoa crescerá emocionalmente de forma muito lenta, atrapalhando também o crescimento dos que com ela convivem;
Essa pessoa usa seu senso de humor escatológico como último recurso contra atrocidades que sente que a vida lhe comete. Não que cometa, mas ela se sente assim, no fundo.
Essa pessoa nunca cairá na real se alguém não lhe fizer a cristandade de, num momento de guarda-baixa ou mesmo de tristeza, lhe dizer que deve mudar de conduta.
Essa pessoa tende a reunir a pessoas semelhantes, e transmitindo seu humor às outras maças do cesto, e  o próprio leitor não está imune.====
Essa pessoa, a quem você conhece, faz parte do seu círculo social, e você deveria: a) atentar à quantidade de contatos que estabelece com ela (não lhe dar bola!); b) escolher cuidadosamente seus amigos mais próximos.
Essa pessoa nem sempre foi assim e, talvez, não será sempre assim. É alguém que sofre e precisa de ajuda e paciência.
Essa pessoa diz coisas às quais você não deve dar atenção. Como diz o alcorão, Alá nos deus dois ouvidos, mas apenas uma boca, para ouvir mais do que falamos. Nem todos são sábios para entender isso.

A sabedoria também está em ter capacidade para selecionar, e em não discriminar os que nos são diferentes. Como o velho testamento, evite o pecado, não o pecador, pois até Cristo comia com estes. A ficção pura e a arte nunca darão conta de recriar ou imitar todos os tipos humanos, e cada um de nós é uma mistura, em diferentes porções, de vícios e virtudes, de todos os vícios. Cabe a cada um não só olhar para os que estão à sua volta, mas acima de tudo, vemos nos outros apenas o que temos em nós: aceitemos que ainda somos assim também, mas para crescer e deixarmos de ser. ======="O macaco sentado sobre o próprio rabo só olha pro rabo alheio." Mestre Olíndio.

Essa semana reserve um tempo para repensar suas amizades, os produtos culturais que consome, suas mensagens, o tipo de humor que você tem apreciado e as coisas a que tem assistido. Atente aos apresentadores de tevê que parecem engraçados e bem-humorados, olhe para suas olheiras de gaviões, para seus pés crispados em garras, prontos a devorar o cordeiro que cai na cova da serpente. Não estou necessariamente falando do Sílvio Santos, mas do Senhor Burns (dos Simpsons--------), e de quaisquer seres humanos a quem  o poder pode cegar(Eh, Robespierre decaptador e decaptado! Cruel ironia do destino!). Sendo ou não o leitor um poderoso hierárquico (sempre somos em algum nível), trate melhor as pessoas ao seu redor. E principalmente a Lívia Andrade, coitada.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Elogio da loucura - Erasmo Rotterdam

Trilha sonora: Sufoca da vida - Harmonia enlouquece


Ainda não li o livro homônimo a esse artigo, mas gostaria de fazer o meu elogio. Tudo começou quando vi um colega com o livro homônimo desse artigo. Ainda não o li (e quem, entre os mortais comuns, já leu todos os clássicos de verdade?), mas independente do Erasmo (quando vi esse nome como autor do livro, pensei se tratar do Erasmo Carlos, o sósia de si mesmo [Raul Seixas que pioneiro nisso... foi até preso por imitar a si mesmo.], mas custei a acreditar. É que eu não sabia do primeiro nome do Rotterdam. Alguém sabe o nome completo de Platão? Algum universitário? A "universitária" Geyse Arruda, talvez?), quero fazer o meu comentário.

Supomos que o Erasmo seja um pouco louco por escrever um livro com esse nome, mas já dizia o Machado de Assis: "De médico e louco, todo mundo tem um pouco" (carece de confirmação de autoria). Ou então ele gostaria de ser louco. Ou sente-se assim e não gostaria. Vamos refletindo que o leitor entenderá onde quero chegar.

Na contracapa, como é praxe hoje em dia, temos algumas frases retiradas do livro. Numa delas ele usa a palavra loucura, mas parece querer se referir à obsessão. Há diferenças sutis nos tipos de loucura, embora tendamos a chamar de louco e não pensar no assunto. Divido em três tipos, a saber:

Obsessão.
Se caracteriza por um pensamento vicioso, que cria constantemente conexões com outros. Quando evitamos pensar no objeto da obsessão, qualquer outro caminho que nossa mente tome nos leva até o objeto. Na obsessão, nossa vontade sofre a interferência do nosso subconsciente, que irracionalmente insiste numa idéia até que ela seja satisfeita. No entanto, como o objeto da obsessão é ideal e não real, por mais que satisfaçamos a obsessão no plano real, jamais estaremos saciados, pois sua fonte geradora-contínua é no plano das idéias. A única forma de saciar a obsessão é abandonando-a. Para isso, é necessário descobrir suas causas, conseqüências, paliativos e remosos(agravantes), e alternativas de escolha. A vingança é um exemplo. A obsessão difere levemente do remorso. O remorso (remoso [ô] não é remorso!) se caracteriza por uma situação, real, imaginária ou mista, que se repete constantemente no palco da mente do sujeito (Pe. Léo, SCJ, A cura do ressentimento, 2003[?], Editora Loyola). O remorso não leva a uma ação, diferente do obsessão. Na obsessão, após a ação, é comum o objeto da obsessão mudar levemente e progressivamente. Paulatinamente, mesmo com grandes mudanças de objeto (porém sempre relacionados), a obsessão é cada vez menos satisfeita.

Psicose.
A psicose é uma doença mental (do latim [?], psico=mente; cose=infecção, doença) propriamente dita. Existem vários tipos de psicose, sendo que a obsessão tanto pode ser uma dessas quando sintoma de um outro tipo. Podemos dividir as psicoses em três tipos: orgânicas, psicológicas e mistas. As orgânicas são as adquridas antes ou depois do nascimento, assim como através de acidentes e traumatismos. Nesse tipo, as funções mentais se danificam de alguma forma. Um exemplo desse tipo é o autismo e a Síndrome de Down. Na psicose psicológica (acabei de criar um termo "científico"! >.<), a origem está na mente do sujeito, assim como sua cura. A anorexia nervosa, bulimia e as fobias são exemplos de psicoses. As psicoses mistas, como a neurastenia, têm origem tanto no corpo quanto na mente do sujeito. Um exemplo disso é(sic) os casos em que a mediunidade pode ser confundida com loucura (Leia a respeito de mediunidade em O livro dos médiuns). Outro exemplo é o Distúrbio Intermitente Explosivo(leia mais aqui). O psicótico seria o louco doido maluco mesmo, o de hospício (ouça aqui e aqui =========).

Trilha sonora da loucura mansa: Maluco beleza - Raul Seixas



Loucura mansa.
O "louco manso" vem a ser o sujeito que é dito louco porém não foi diagnosticado. Nem louco ele é, mas sim um incompreendido. De forma geral, a loucura é um desvio (que pode ser leve ou acentuado) na percepção de realidade interna e/ou externa. O louco não percebe a realidade como nós a percebemos, ou não tem a mesma percepção interna. Freud afirma que todos nós somos loucos (Raul também disse...), e a afirmação tem algo de verdadeira se acreditarmos que nenhum ser humana percebe as coisas como outro ser humano (segundo o livro Fantasmas no cérebro, de Ramachandran e Sandra Blakeslee, Editora Record, 2002). Ou seja: se o louco é aquele que percebe diferente de mim, então eu também sou um louco para ele, pois percebo diferente dele. Há também a frase: "A sabedoria do homem é loucura para Deus, e a sabedoria de Deus é loucura para os homens" (Bíblia Sagrada, Novo Testamento, Primeira Espístola de Paulo de Tarso aos Coríntios, capítulo 1, vers. 25; cap. 3, vers. 1 a 21; c. 4, 1 a 2)., que deixa claro que desde as culturas mais antigas era considerado louco aquele cujo pensamento não compreendemos. Explicado o conceito de loucura, explico agora o conceito de louco (que se aplica a quase todos os casos): o louco é um cara que pratica uma ação/frase/pensamento que não entendemos de onde veio e/ou pra onde vai. Não sabemos o porque ou o pra quê. Se o sujeito não consegue explicar de forma compreensível, continua a ser dado como louco. Mas é preciso atentar que nem todas as nossas ações/frases/pensamentos têm motivo ou sentido conhecido, mesmo para nós que as praticamos, pois muitas vezes agimos/falamos/pensamentos de forma quase inconsciente. Um outro exemplo de louco: o sujeito pula numa perna só durante três horas, olhando para a letra "A" escrita numa placa. Você compreende por quê ou para quê ele faz isso? Um outro exemplo: no filme "O segredo de Beethoven", é mostrado o cara rindo da cara de quem se aproxima enquanto ele toca. Ele ri, aponta a cara da pessoa e volta a tocar. Um outro exemplo: Einstein dava língua sempre que podia, ao tirar uma foto (engana-se quem pensa que a língua dele é que não cabia na boca). Einstein fazia isso para zombar do nível intelectual a que a humanidade está acostumada, era a forma de protesto dele. Beethoven ria de alegria pela obra que tocava e porque o outro não podia compreender a dimensão do que ele tocava. Já o cara da placa, não sei porque ele pulava, mas que ele devia ter um motivo ou sentido, isso devia. Só que eu não acompanho o raciocínio. Talvez não a parte racional da mente dele acompanhe a raciocínio da mente dele, por isso, talvez ele não saiba explicar. Mas o mais importante é o que diziam o poetas clássicos:

"Nós, os malucos, vamos lutar
Pra nesse estado continuar
Nunca sensatos nem condizentes
Mas parecemos sempre contentes(...)"
                          Hino dos malucos, Rita Lee.

"Louco, você diz que eu sou louco,
Não consegue entender
Que no fundo eu sou louco
Muito louco por você(...)"
                          Loco, Leandro e Leonardo

Se você é um louco, obsessivo, psicótico ou manso, se você percebe a realidade diferente de ao menos uma pessoa, se nem todos acompanham seu raciocínio, se você faz/fala/pensa coisas que parecem loucas, não tema: ser louco é que é o normal. O sujeito que não é, acredite, tem algum problema.

Mas uma vez que a loucura é um desajuste que de alguma forma prejudica alguém, algo, alguma relação social ou relacionamento, comece a pensar sobre sua loucura. Conhece-te a ti mesmo(Sócrates). Comecem por vos entender uns aos outros(O Espírito da Verdade, em O Livro dos Espíritos). Investigue a causa de seus sentimentos e pensamentos, procure, como diria Darwin (teoria da seleção natural das espécies) se adaptar ao meio, para tirar melhor proveito dele (Já diria Sr. Miagi em Três ninjas kick back, filme de 1994). Talvez a maior causa de infelicidade do ser humano seja o sentimento de desejuste entre sua forma de perceber o mundo que o cerca e o mundo que há em sua mente. Devemos fazer com que ambos os mundos se pareçam cada vez mais, aproximando-os do ideal que cada um tem. Acima de tudo, devemos lutar para mudar as coisas que nos desagradam ou que não condizem com nossa realidade interna. Afinal, como diria o poeta:

Você não sei de mim
Mais nada, braço, cadeira, macarrão
Você não sei de mim
Me dá uma chance, tempo pra me recuperar(...)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A castigada

Com lilases cheios de água
Correndo eu a golpeava
Com varas de lilás e águas
Eu a golpeei nas espáduas

Toda a sua carne branca
Se alegrou em gotas claras
Ai, fuga molhada e cândida!
...Sobre a areia aljofarada

A carne morria pálida
Por entre os rosais vermelhos
Ria-se, ria fantástica!
E o riso se lhe molhava

Poesia de Manuel Bandeira (necessita referências). A transcrição não é exata, pois não me lembro da pontuação. As palavras parecem ser as mesmas do original.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Príncipe da Pérsia - As areias do tempo

Trilha sonora (semi-avulsa): Ojitos chiquititos - Don Omar


Ruim. Esse filme é isso. Nem assista pra comprovar, você estará perdendo seu tempo, como perdi o meu. Príncipe da Pérsia é inspirado na série de vídeo-games homônima e... bom, melhor contar a história antes de ... você acabar assistindo.

O rei da Pérsia possuía dos filhos e por um motivo misterioso, nunca explicado no filme (nem mesmo quando o vilão pergunta porque aconteceu de) o rei não se contentar e achar que a família deveria ser maior. ( Por um erro de roteiro, é dito que os deuses é que queriam assim. Até a teognia da história não é nada clara... ). Como quem procura subconscientemente acha até nos lugares mais absurdos, o rei resolve adotar como filho um órfão que vivia pelas ruas da cidade, por achar o menino heróico. O heroísmo foi "arriscar a vida" pra salvar um menino mais novo, que era atacado pelos soldados, por... sei lá porque era atacado, só sei que nunca mais se ouve falar do menino mais novo. Na cena de perseguição, vemos o menino-herói fazer parkour(LINK AQUI) o tempo todo, e tem algo de divertido, afinal, é uma criança, e não um ninja, não tem que saber lutar. Infelizmente, não há lutas dignas em todo o filme, apenas seqüências de parkour que fazem a história parecer um sessão matinê de Aladin, o jogo de vídeo-game.

O tempo passa e o rei tinha um irmão, que vivia para serví-lo e parecia entender bem o seu lugar. Isso sempre é suspeito. Um dia esse tio convence o irmão mais velho (por isso, herdeiro direto do trono) a atacar durante a noite uma cidade santa, com um nome brega, acusada de forjadora de armas para os inimigos dos persas. Mas o irmão Dastan (o ex-órfão) toma a dianteira e atacada a cidade pelo outro lado, conquistando-a antes. A princesa da cidade, tida como a mais bela da Pérsia é uma sacerdotisa desaforada que não sorri durante o filme todo. O irmão mais velho quer se casar com ela, pra unirem os reinos... Porre.

Enquanto isso, Dastan luta já durante o dia (as transições de tempo não são claras) justo com o cara que tem o ítem-chave do filme (coincidência, não?), e vencendo-o, toma a adaga que contém no cabo "as areias do tempo". Na ponta do cabo há um botão-jóia que, pressionado, faz com que o tempo volte alguns minutos, até dois, acho, e só seu portador sabe do colapso temporal. Gasta, a areia não pode ser reposta por areia comum. Nem é explicado de verdade com qual areia se repõe ela (uma vez que a ampulheta final parece proibida de ser aberta). Dastan entre no palácio, e quando a princesa-sem-sorriso vê a adaga, aceita casar-se com seu irmão.

Por motivo mal-explicado, o irmão mais velho não vai pedir diretamente a benção ao pai, mas manda o irmão Dastan o fazer, e junto, um presente de aniversário para convencê-lo: a túnica (capa!) mais sagrada da cidade santa. O rei, como um vampiro em água benta, ferve e morre com a túnica envenenada, e Dastan foge, com a ajuda da princesa-chata, acusado de forjar a morte do rei.

A princesa realmente é um pé-no-saco de chata, e isso nem é para fazer parecer que o amor entre ela e Dastan surgiu dos opostos. Não. É porque ela é insuportável mesmo. Fica o tempo todo procurando chance de pegar a adaga, quando sabemos que se ela quizesse isso mesmo, conseguiria há muio.

Aí os dois passam por uma vila-bandida temida por todos, que nem os persas querem conquistar. Mas não é tão tirana assim e depois de uns acontecimentos mal-explicados, Dastan, que havia perdido seus homens na fuga do castelo real, ganha novos aliados ruins de batalha. Só se aproveita um Ibaca atirador de facas, mas também é mal-construído.

Dastan descobre que uns tais Hassassins (sim, é o nome original dos assassinos) foram pagos pelo seu tio pra matá-lo, e depois de elocubrações dignas de Missão Impossível I, descobre o motivo. Nem eu entendi bem. Os hassassins são "ninjas" ex-guardas do rei, banidos e tidos como extintos, que sem motivo controlam serpentes que não fazem volume ao entrar nas mangas rasgadas de suas roupas pretas de gótico no deserto do marrocos. As cenas de luta com eles são tronxas, sem atrativos... um porre. Nem sei o que acontece com a maioria deles.

A princesa-chata explica que no subterrâneo bem iluminado da cidade santa há uma ampulheta, que quando furada com a adaga faz com que o portador desta possa voltar o quanto quiser no tempo, mas também liberar a "fúria dos deuses", que um dia quase destrui o mundo. Seria o apocalipse. O tio de Dastan queria era a adaga, pra voltar no tempo até o dia em que salvou o irmã-rei-já-morto-no-começo, numa caçada, de uma leoa (porque não um leão? Estudei taxonomia e sei que o lógico seria um leão).

Dastan e a princesa vao ao subterrâneo da cidade impedir (a missão da vida dela era guardar essa adaga. Sabiam que a palavra "vagina" vem de bainha, do latim? Mas a missão dela também era fazer um par romântico, e ser chata, muito chata.) o "fim do mundo". O fim do mundo nem acontece, apesar da ampulheta ser furada. Ah, a moça morre confusa entre querer e não querer morrer pra não impedir o herói de ir combater seu tio-vilão . Ao invés do mundo acabar, o que acontece é que Dastan volta no tempo até o momento em que fica toma a adaga do cara que ele matou e que a tinha no começo. Aí Dastan vai ao castelo e entrega a adaga à princesa chata, que é dada-lhe em casamento pelo irmão-mais-velho ou pelo rei-ainda-não-morto (não lembro), uma vez que seu irmão mais velho tem três esposas. Dastan revela ao povo que o Tio havia tramado a morte do rei para usurpar o trono e este é morte numa luta desesperada de fracote. Só.

Nada se aproveita do filme, nem a música. Nem o making off, que foi o primeiro que não assisti completo. Os diretores dizem que levaram o criadore do jogo para trabalhar a visão deles da história, mas toda a importância dele é na hora de criar locais em CG (computação gráfica) e uns efeitos de alma-saindo-do-corpo, nos quatro ou cinco eventos de volta-no-tempo. A história é pouca coisa mais impressionante que o do primeiro Rei Leão , e os erros de direção são bisonhos, indignos de uma grande produtora de filmes do capeta como a Disney. Vou listar apenas algumas das esquisitices desse longa metragem longuíssimo de duas horas de inação amarelada arenosa.
1. O filme parece que vai prestar até você ver o primeiro erro: o irmão do meio gritar duas vezes "fechem o portão". Até o fim do filme pode acontecer de ignorarmos disso, afinal todas as falas (mesmo as mais "inteligentes") parecem  dejavú  dejavú .

2. Na vila-bandida a princesa-chata é mandada para servir leite de cabra aos apostadores das corridas de avestruzes. Mas parece que eles deveriam pagar e não vemos isso. O que vemos é uma cena da princesa-chata sendo filmada no mesmo ângulo, duas vezes. Dejavú .

3. A chata é então a primeira guardiã? No final, dá a entender que sim, mas isso faria dela uma... imortal? ...Uma vez que ela disse que vieram outras guardiãs antes dela, que sabiam o caminho.

3.1. O caminho para um templo que era apenas um casabre besta, onde havia uma pedra na qual, uma vez enfiada a adaga, essa seria absorvida (e Freud ainda diz que eu fico vendo sexo em tudo). Pois com ou sem briga lá, porque não enfiaram?

4. Na cidade santa, foram os hassassins que acharam a ampulheta final. Como procuraram de dia sem chamar a atenção, sem serem descobertos, sem... ai, meu Deus. Um amigo meu estava certo: ninja que é ninja desvia dos pingos de chuva e não se molha.

5. Não é que o templo-caverna final subterrâneo, em várias cenas, estava muito bem iluminado?

6. Como a princesa ia morrer mesmo, decidiram rolar logo a cena do beijo. Num momento tão inoportuno, sem clima, sem amor, sem paixão. Se eu ganhasse um beijo cada vez que faço parkour!

7. O que foi aquela seqüência tronxa de quando a ampulheta é furada? Nem queira saber! Até a morte bagunçada do TX (T-1000?) de Exterminador do futuro 2 foi mais bem feita que aquilo.

7.1. A ampulheta é furada e o mundo não acaba. Essa antiga-teogonia de hoje-em-dia!

8. Do meio pro fim do filme o herói começa a apresentar umas miçangas que milagrosamente mudam de lugar no cabelo, conseuindo se fixar no cabeço cada vez mais bem hidratado e bem penteado do herói. O héroi não tem habilidade reais de luta, não domina armas de corte, não tem músculos, só tem cabelo. E umas carinhas  que ele faz na primeira metade do filme. Mas o cabelo me impressionou. Até porque é até mais bem-hidratado que o da chata, mesmo no calor de mais de 38 graus do marrocos (que é onde foi filmada essa bagaceira toda. Qual é afinal a relação Marrocos-Pérsia?).

9. Tá certo, o tempo volta e o Dastan encontra a princesa pela primeira vez de novo . Mas na primeira-primeira vez ela não estava usando umas sombras prateadas legais nos olhos?

10. O herói é mal-construído, apesar de tudo. Tem olhos azuis-de-quem-tem-sangue-azul (como os da princesa Anastasia), mas é arruaceiro. Prova disso é que em duas diferentes ele é encontrado em meio a uma briga ( e ele gosta de apanhar, pois nem é bom de briga como Wolverine, lutando na jaula do começo de X-Men - o filme . Ou então isso é erro de edição, como as duas chuvas de meteoros descritas no livro de Apocalipse, da bílbia sagrada, que na verdade são uma. O Dastan nem sua ao contrário da menina. Ele parece aquele cara do seriado Hércules.

Resumo da ópera : o filme é mal-dirigido, mal editado, mal-escrito, mas comentado nos bônus, o trailer é maçante, ele ser um longa é maçante, as lutas são longas e maçantes, as maças e as maçãs são maçantes. A música dos créditos é um arremedo ... Melhor assistir 300 de Esparta, os quais dão umas merecidas porradas nos persas. O filme (e o jogo) nem mesmo se chama "O príncipe da Pérsia". É só "Príncipe da Pérsia". É um príncipe aí qualquer, que nem príncipe era nem principado herda. Nem o nome do sujeito a história  registra. Você registrou? Lembra?

Estava passando balé da PUCPR na televisão: eu devia estar assistindo.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Caso desafinado

Depois faço uma postagem explicando como se joga "pau-na-lata". Mas em geral, a criança que não está jogando, a chamada "dupla-fora", fica sentada, esperando, e atrapalhando quem está jogando. Esse despeito não faz parte do jogo, mas é o esperado. Muita gente que não sabe fazer, ou baba por quem sabe ou ataca, por se sentir inferior.

Ia eu passando com meu violão, tocando enquanto andava, e no canto externo de um beco tinha um grupo de senhores de uns 40 anos. Conversavam entre si, um encostado num carro. Um comentou: "Não sei como esse cara tem paciência de toda hora que 'tá passando aqui, 'tá com esse violão só fazendo ti-lin-lin, e num sai nada." Há alguns passos, me virei (era noite, então eu não olhava de verdade pra nenhum deles) e perguntei, já bravo: "como é que é, rapaz? Repete isso aí" E um deles falou, num tom aborrecido de quem vai dispensar um assunto alheio: "Nada não, moço. Vai teu caminho, ninguém 'tá falando contigo não." Levantei o queixo e olhei fixo pro que falou, e respondi: "Acho bom mesmo." Continuei andando e ensaiando (quando caminho, é o tempo que tenho pra estudar violão) e um ainda disse, seguido pelos outros: "hai, desafinado". Enfim, segui.

Aconteceu de eu passar pelo mesmo local outro dia e dizerem alguma palhaçada, sei lá, eu tava com fones no ouvido (andando é o tempo que eu tenho pra estudar audição musical).

Hoje eu ia passando de dia, subindo a ladeira, ao contrário das outras vezes. Acho que era o mesmo grupo sentado em banquinhos, não olhei direito pra eles. Aí um senhor de uns 60 anos me chamou, dizendo  que "só tou lhe chamando pra você num ficá pensando que tinha alguém falando alguma coisa com você" (eu já tava numa viagem de que: "e eu ligo pro que você fala ou deixa de falar? Problema seu, meu rei"). Calmamente ouvi ele dizer que falavam, naquela noite de um cara que toca violão desafinado (pensei comigo na hipocresia do cabra). Calmamente falei pra ele: "Olha... eu não acredito em você" Ele começou a me interromper, como todos fazem, mas na calma, expliquei que "você não precisa que eu acredite em você ou não, assim como eu não preciso acreditar no que você fala ou não" Terminei a frase a muito custo, enquanto ele me dizia: "ah, então você é um ignorante." Eu disse que sim e segui meu caminho. Ele falou alto, mas pros amigos "Se passar aqui, eu vou é quebrá esse violão na sua cabeça"" Perguntei: "Como é que é? Se enxergue, meu irmão"

Cena final
Se fosse antigamente, eu xingava o cara calmamente de imbecil, verme, inútil, etc, etc, mas a cena que ainda não conclui o caso imagino assim: alguém fala, vou andando até o cara. Encaro, olho nos olhos pra que ele veja o momento em que vou olhá-lo da cabeça ao pés e falo algo que o faz se sentir invejoso de quem sabe tocar e continuo sem olhar pra cara de quem não merece.

Quando tou de sangue quente, tenho paciência pra analisar não. Esse caso me é mais interessante de contar, e prefiro que você analise. Mas não me venha com onda de dizer que "ah, se eu fosse, acho que não tinha necessidade de..." Não falemos dos "se's", mas dos fatos. Ok?